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Os 5 cenários para o Brexit após o Parlamento do Reino Unido entrar em suspensão


Brexit

SÃO PAULO – A partir desta terça-feira (10) o
Parlamento do Reino Unido entrou em suspensão por cinco semanas em meio a uma grande turbulência política que deixa o bloco sem nenhuma certeza do que acontecerá com o Brexit (saída da União Europeia), atualmente marcada para 31 de outubro.

Com o fechamento, os parlamentares agora só voltam a trabalhar no dia 14 de outubro, quando também é previsto um pronunciamento da rainha Elizabeth II. Serão apenas duas semanas da volta até a data da saída do Reino Unido do bloco europeu.

Desde 2016, quando ocorreu o referendo que decidiu pelo Brexit, o Reino Unido entrou em um cenário tumultuado, com três rejeições de um acordo feito com a União Europeia, culminando na recente renúncia de Theresa May como primeira-ministra.

Em julho, Boris Johnson assumiu o cargo de premiê, mas logo em suas primeiras sessões no Parlamento sofreu duras derrotas, com a aprovação de uma lei que evita o Brexit sem acordo e a rejeição da convocação de novas eleições gerais.

Agora com o Parlamento fechado por cinco semanas e sem nenhum direcionamento do que vai acontecer, o mundo todo se questiona quais as possibilidades para o Brexit.

1) Brexit em 31 de outubro
Apesar da aprovação da lei que evita um Brexit sem acordo, no atual cenário, o Reino Unido deixará a União Europeia dia 31 de outubro de qualquer jeito, com ou sem acordo.

Para que isso mude, a UE precisa autorizar uma prorrogação do prazo, mas até o momento, integrantes do bloco europeu dizem que os britânicos ainda não apresentaram justificativas suficientes para a extensão da data do Brexit.

2) Brexit sem acordo
Como dito acima, a lei aprovada no Parlamento não necessariamente evita o Brexit sem acordo. Johnson já disse diversas vezes que não irá pedir o adiamento do prazo (por isso tentou convocar eleições) e que o Reino Unido deixará o UE dia 31 de outubro.

Na verdade, o premiê disse recentemente que prefere “morrer em uma vala” a pedir mais tempo à UE e alguns analistas acreditam que ele pode lançar um desafio legal à está nova lei aprovada semana passada.

“Johnson deve contestar a lei na Suprema Corte”, disseram os analistas Joseph Lupton e Olya Borichevska, do J.P. Morgan, em relatório divulgado na segunda-feira (9).

“Ele também pode enviar uma carta à UE para incentivá-la a não conceder uma extensão. É improvável que essas estratégias tenham sucesso, mas poderiam favorecer a sinalização pré-eleitoral de Johnson de uma linha dura, sem comprometer o Brexit em 31 de outubro”, avaliam.

3) Negociação
Johnson já disse que usará este período de suspensão do Parlamento para continuar negociando com integrantes da UE. Nesta terça ele reforçou isto ao afirmar que conseguirá um acordo para que o Brexit ocorra no dia 31 de outubro.

“Eu estava na Irlanda ontem conversando com nossos amigos irlandeses sobre como fazer isso [um acordo]. E nós vamos a Bruxelas e conversaremos com outras capitais europeias”, disse o premiê.

“Existe uma maneira de conseguir um acordo, mas será preciso muito trabalho duro. Devemos estar preparados para sair sem um [acordo]”, completou.

Atualmente, o maior ponto de divergência para um acordo envolve a relação entre as duas irlandas. Isso acontece porque a República da Irlanda – que é independente e membro da UE – e a Irlanda do Norte – que integra o Reino Unido – fazem parte hoje do mercado único da UE e da união aduaneira, ou seja, os produtos não precisam ser inspecionados para fins alfandegários e cumprimento de normas.

Com o Brexit isso pode mudar e gerar complicações, criando dificuldades para que as pessoas cruzem a fronteira das irlandas ou que ocorram negócios de bens e serviços entre os dois países.

4) Eleições gerais
Apesar dos parlamentares terem rejeitado os pedidos de Johnson para eleições gerais antecipadas, isso ocorreu muito porque eles queriam evitar primeiro qualquer chance de um Brexit sem acordo.

E mesmo a aprovação da lei que tira a chance de uma saída dura não foi suficiente para fazer com que os parlamentares mudassem de ideia. Agora a questão é a certeza da extensão do prazo do Brexit como condição para a aprovação de convocação de eleições.

A avaliação de muitos especialistas é que uma eleição geral deve acontecer em novembro, com o prazo para a saída do Reino Unido da UE sendo aprovada para 31 de janeiro. E um novo governo coloca na pauta novamente até mesmo a chance do Brexit realmente ocorrer.

5) Novo referendo
Apesar de ainda ser baixas as chances, é possível que os partidos da oposição tentem se unir para promover um segundo referendo sobre o Brexit, com pesquisas indicando que se isso ocorresse hoje, o Reino Unido provavelmente ficaria na UE.

“O potencial dos Democratas Liberais ou do SNP (Partido Nacional Escocês) de influenciar um governo minoritário liderado pelo Partido Trabalhista após as eleições gerais de novembro leva o caminho para um segundo referendo”, afirmam os analistas do Goldman Sachs.

O banco, por sua vez, revisou a probabilidade de um Brexit sem acordo de 25% para 20%, enquanto a chance de não ocorrer Brexit caiu de 30% para 25%.

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