
Ibovespa cai com exterior e preocupações com Petrobras; dólar sobe a R$ 4,12
SÃO PAULO – O Ibovespa opera em baixa nesta terça-feira (17) em meio a preocupações com o cenário externo, que agora soma as tensões geopolíticas entre Estados Unidos e Irã aos problemas que já existiam antes, como guerra comercial, Brexit e crise da Argentina.
Às 10h07 (horário de Brasília) o principal índice da B3 tem queda de 0,49% a 103.168 pontos. Ao mesmo tempo, o dólar comercial sobe 0,55% a R$ 4,1122 na compra e a R$ 4,1129 na venda, o dólar futuro registra ganhos de 0,71% a R$ 4,1135.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 valoriza dois pontos-base a 5,28%, ao passo que o DI para janeiro de 2023 sobe um ponto-base, a 6,38%.
Por aqui, os investidores monitoram o impacto da alta do petróleo sobre a política de preços da Petrobras.
Em comunicado, a companhia informou que não faria o reajuste imediato dos preços do petróleo nos combustíveis, uma vez que o ambiente é de volatilidade e que a reação súbita pode ser atenuada na medida em que maiores esclarecimentos aconteçam.
Ontem, em entrevista à RecordTV, o presidente Jair Bolsonaro havia antecipado que o aumento nos preços do petróleo não seria repassado ao consumidor imediatamente, citando conversa com o CEO Roberto Castello Branco.
Hoje, os preços do petróleo operam em queda após a disparada de quase 20% durante o pregão de ontem, como consequência direta do ataque à unidade da petroleira da Saudi Aramco, na Arábia Saudita, por um drone, no final de semana.
Esse foi o maior salto nas cotações em quase 30 anos. No entanto, o preço da commodity desacelerou o WTI fechou com alta de 14,67% e Brent de 16,61%.
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Depois do atentado, o presidente dos EUA, Donald Trump, comentou que “certamente parece” que o Irã foi o responsável pelos ataques de drones à planta de petróleo saudita.
Trump destacou ainda que as sanções contra o regime teocrático não serão retiradas e que não pretende entrar em guerra, mas que está preparado para uma eventualidade.
No exterior, enquanto os investidores se mantém cautelosos, à espera da reunião do Federal Reserve (Fed), que começa hoje e vai até amanhã, que tenderá a reduzir os juros em 0,25 ponto porcentual, na avaliação majoritária do mercado, a boa notícia é retomada das conversas entre EUA e China, com negociadores comerciais de segundo escalão se reunindo na quinta-feira em Washington.
Noticiário Corporativo
A Telefônica Brasil (VIVT4) enviou ofício à CVM em resposta à informações sobre um possível interesse na aquisição de ativos da Oi. Segundo a tele, “não há qualquer fato relevante a ser comunicado a respeito.”
“Nada obstante, a companhia informa que está tomando providências para averiguar junto à Telefónica S.A., acerca do conhecimento de informações a respeito do referido assunto que deveriam ser divulgadas ao mercado”, afirmou a Telefônica.
Já a Oi (OIBR4) afirmou, também em resposta à CVM, que “desconhece por completo a informação” de interesse da Telefônica na operadora.
A Oi informou ainda que a geração de caixa operacional líquida das recuperandas foi negativa em R$ 540 milhões em julho deste ano; que os investimentos atingiram o patamar de R$ 702 milhões (o maior valor desde o início do processo de recuperação judicial); e que o seu saldo final de caixa teve retração de R$ 524 milhões, somando R$ 3,621 bilhões.
As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN N2 | 27,55 | -1,82 | +22,66 | 50,85M |
MGLU3 | MAGAZ LUIZA ON | 34,26 | -1,75 | +52,21 | 6,40M |
PCAR4 | P.ACUCAR-CBDPN | 85,46 | -1,66 | +6,54 | 898,98K |
IRBR3 | IRBBRASIL REON | 105,27 | -1,62 | +29,41 | 3,11M |
PETR3 | PETROBRAS ON N2 | 30,50 | -1,61 | +21,24 | 3,49M |
As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
GOLL4 | GOL PN N2 | 32,95 | +2,81 | +31,27 | 8,74M |
MRVE3 | MRV ON | 17,79 | +2,18 | +47,03 | 2,93M |
AZUL4 | AZUL PN N2 | 47,88 | +1,87 | +33,00 | 6,02M |
GNDI3 | INTERMEDICA ON | 55,42 | +1,59 | +91,47 | 2,37M |
MRFG3 | MARFRIG ON | 9,98 | +1,42 | +82,78 | 1,89M |
* – Lote de mil ações 1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) |
Bolsas Internacionais
Os mercados futuros de Nova York, que abriram operando perto da estabilidade, ampliaram as perdas, em meio a um universo de incertezas geopolíticas. Se por um lado, a guerra comercial entre EUA e China traz preocupações em relação aos possíveis efeitos sobre a desaceleração econômica global, por outro a disparada das cotações do petróleo – elevando os preços da energia – amplia os receios quanto ao ritmo de velocidade de corte dos juros nos EUA por parte do Fed.
Segundo a CNBC, o aumento das cotações do petróleo ajudou a aumentar a percepção do mercado de que o Federal Reserve poderia não ter tanta pressa em cortar as taxas de juros.
Hoje, com o início da reunião do Fomc – que termina amanhã, com o anúncio do novo patamar de juros da economia norte-americana –, traders do mercado futuro de fed funds já consideram uma chance de 34% de que as de que o Fed mantenha as taxas inalteradas. Há um mês essa probabilidade era zero e há uma semana de apenas 5,4% há uma semana, segundo o CME.
De positivo, a informação sobre a retomada das conversas entre EUA e China para buscar um acordo comercial. O vice-ministro das Finanças da China, Liao Min, disse que vai visitar Washington na quarta-feira, 18, para “preparar o caminho” das negociações comerciais previstas para outubro entre as duas maiores economias do mundo. O anúncio da visita foi feito nesta terça-feira, 17, pelo governo chinês.
Liao vai chefiar uma delegação de autoridades chinesas, segundo a agência de notícias oficial Xinhua News, mas Pequim não detalhou a agenda do vice-ministro na capital dos Estados Unidos. Os dois países travam desde o ano passado uma guerra comercial que envolve a fixação de tarifas para a importação de produtos pelas duas partes.
Na semana passada, no entanto, líderes americanos e chineses acenaram com uma trégua, ao adiar ou cancelar o início de cobrança de tarifas de importação. A última rodada de negociações, realizada em Xangai, em julho, terminou em fracasso.
(Com Agência Estado, Agência Senado, Agência Brasil e Bloomberg)