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GPS: a estratégia da empresa que comprou 20 concorrentes e tem Gávea e Warburg Pincus como sócios


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São Paulo – A crise dos últimos anos revelou um grupo de empresas que aproveitaram o sufoco (das concorrentes) para fazer aquisições e crescer. Nesse cenário há exemplos já bem conhecidos, como os das varejistas Magazine Luiza e Renner e da locadora de veículos Localiza.

Mas há também casos bem mais discretos no mercado, como o do Grupo GPS — especializado em serviços de manutenção prediais como limpeza e segurança.

Desde 2010, quando iniciou um plano agressivo de aquisições, a companhia comprou 20 empresas — expandindo sua atuação de Santa Catarina ao Ceará, passando por todos os estados da região Sudeste e incluindo Goiás e Mato Grosso.

Em um segmento pouco sexy e historicamente dominado por empresas familiares, ninguém hoje tem um catálogo tão completo quanto o GPS que presta serviços como alimentação industrial, logística interna, limpeza e segurança.

Com uma combinação de aquisições e crescimento orgânico, o Grupo GPS saiu de um faturamento de R$ 1,6 bilhão em 2015 para R$ 3,6 bilhões em 2018. Neste ano a receita deve chegar a R$ 4,8 bilhões.

“É um setor que pouca gente olha, que sempre foi muito pulverizado no país. Resolvemos criar uma empresa para consolidar esse mercado”, afirma José Caetano Lacerda, acionista controlador e presidente do conselho de administração do grupo.

Além de Lacerda, o GPS tem em seu quadro de acionistas a gestora americana Warburg Pincus e a brasileira Gávea Investimentos.

“A GPS é uma empresa hoje com gestão de primeiro mundo em um setor com grande potencial para crescer. Apesar de todas as compras, a companhia tem menos de 10% do mercado”, afirma Piero Minard, sócio-diretor da Warburg Pincus.

O avanço no faturamento, segundo os sócios, deve ser suficiente para que, nos próximos cinco anos, a empresa cumpra seu plano de investir R$ 5 bilhões — tanto para aprimorar as operações atuais quanto para fazer novas aquisições.

“Nosso objetivo é fazer ao menos duas aquisições por ano. Com isso, estimamos chegar aos R$ 12 bilhões de faturamento até 2023”, afirma Lacerda.

Abrir o capital é o próximo passo?

Fundada em Salvador em 1962 e inicialmente focada no serviço de limpeza e manutenção predial, a GPS começou a ganhar sua forma atual em 1992, quando foi comprada pelo ex-executivo da Odebrecht Carlos Pedreira.

Cerca de uma década depois Pedreira começou um trabalho para profissionalizar a gestão da empresa. Nessa época o empresário José Caetano de Lacerda, também um ex-executivo da Odebrecht, entrou como sócio. Os acionistas assumiram posições no conselho e executivos foram escolhidos para tocar o dia a dia.

A estratégia de adquirir as concorrentes — em geral médias empresas de origem familiar — veio com a entrada de fundos de investimentos no negócio.

O primeiro a se interessar pelo negócio foi a gestora NEO Investimentos, em 2008. A participação da NEO foi adquirida oito anos depois pelo fundo Warburg Pincus, que atualmente detém cerca de 23% da operação.

Em 2017 foi a vez da Gávea Investimentos, que tem entre os sócios o ex-presidente do banco central Armínio Fraga, comprar da empresa após sondar uma concorrente do GPS, a Graber. “Eles vieram e disseram: ‘olha, nós achamos a Graber muito interessante, mas queremos que vocês toquem esse negócio”, afirma Caetano. Após muitas tratativas a Gávea fez um aporte diretamente na GPS, que comprou a Graber.

Tanta expansão faz crescer os rumores no mercado de que a empresa seria uma das próximas a abrir seu capital na bolsa brasileira. Os sócios dizem que isso deve acontecer, sem pressa.

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